quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Morte Súbita (J.K. Rowling)


O romance para adultos de J.K Rowling se desprende da sua obra infanto-juvenil que fomos apresentados quando lemos o famoso livro do menino bruxo com a cicatriz. Nesse livro, Rowling finalmente pode fazer um jovem que vai ofender você, leitor de HP.
A história passa-se em Yarvin uma pequena cidade no interior da Inglaterra e o estopim para iniciar toda a trama é a MORTE SÚBITA de Farebros, uma importante figura da cidade que desenrolará toda a trama diretamente e indiretamente para os moradores daquela pequena cidade. 
Sem entrar muito em spoiler da história, um dos pontos que eu atribuo à obra é como ela foi uma escrita libertadora para a autora, onde finalmente, depois de anos escrevendo a saga do bruxo que todos nós amamos, ela conseguiu colocar nas palavras de jovens “trouxas” formas que nunca poderiam ser apresentadas em HP, personagens de  16 anos como Stuart “Bola”, Andrew, Gaia, a moça que se corta e principalmente Krystal, são pessoas com seus problemas, ideais, que buscam viver suas vidas atolados naquela pequena cidade. Eles fumam, bebem, fazem sexo e xingam quem tiver que xingar, porque é isso que pessoas fazem (nem todas, é claro), alguns deles passam a história brigando apenas por uma vida um pouco melhor. E isso que é interessante, porque são eles muitas vezes que estão a frente da história, de uma maneira imperceptível aos adultos.


Um dos “Plots” é a questão política da cidade, com a morte de um dos integrantes do conselho é necessário uma eleição para assumir seu lugar e entrar na disputa dualística entre os pró e contra Fields (cidade/periferia, ligada a Yarvin), esse mundo dos “adultos” deixa os jovens de fora, ao mesmo tempo que eles influenciam todo o decorrer do processo por motivos que eles nem imaginam.
Outro ponto que eu ressalvo é a micro-história a qual aborda em seu livro, diferente de HP onde temos uma aventura narrada pelo Protagonista, onde existem escolas mágicas, criaturas fantásticas e todo um mundo ameaçado por vocês sabem quem. Nesse livro nada é tão grandioso, em Morte Súbita a trama é mostrada através de diversos personagens que se alteram na hora narrar os acontecimentos com suas visões e história dos fatos que estão acontecendo. É perceptível ao leitor como tudo é interligado e como a morte gerou um efeito cascata para os personagens.
Infelizmente existem algumas ressalvas, como a filha de Howard, cuja única função é aparecer do nada com motivos não citados anteriormente, dar uma informação de grande importância e ir embora. Poderia ter existido uma forma deles conseguirem isso, sem utilizar desse recurso. Outro ponto, que não sei bem se é uma crítica, mas é o fato de todos os personagens serem infelizes ou melhor não serem felizes por completo, todos tem problemas e questões que guardam para si ou são revelados da pior forma possível e que se transbordam com a morte do protagonista, e o único personagem razoavelmente feliz é aquele que pouco assume uma empatia marcante ao leitor.
Então para aqueles que irão ler Morte Súbita, só quero deixar alguns comentários como: Vai ser complicado vocês lembrarem de todos os personagens e suas características, mas uma hora vocês conseguem, porque eles tendem a ser diferentes um do outro, mesmo que nas características superficiais. Nem todos os personagens se desenvolvem, alguns permanecem da forma que estão quase da mesma maneira que foram apresentados. E por fim, saiba que esse livro não vai trazer um final feliz para você, caro leitor. Pelo contrário, em certas cenas você vai sentir o gosto amargo dos acontecimentos, torcendo para que algo bom aconteça.




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